Conferindo na ponta do lápis que, desde de 2012, estão nos levando com a barriga a reforma do Mercado Central, veremos o quanto de benefícios o poder público está devendo para a população de São Luís. O Mercado Central apresenta atualmente uma estrutura precária com muito ferro exposto na laje, rachaduras nas paredes, além da sujeira que fica espalhada ao longo do dia no local.


Falou-se que a restauração do ponto histórico estaria orçada em mais de oito milhões de reais, com recursos do PAC Cidades Históricas, e ela nunca foi para frente. Só mesmo no Maranhão, infelizmente, a Terra do Já Teve: Apesar de uma decisão judicial determinar a restauração do prédio, a obra não tem sequer previsão para começar. O mercado, que foi inaugurado em 1941, reclama por providências urgentíssimas mais importantes que a falta de determinação e tirocínio de gestores e de seus auxiliares colocados pelo Q.I. (Quem Indica).
Em 2016, em virtude do grande número de gambiarras na fiação elétrica, aconteceram vários incêndios no Mercado Central. Nesse vira-e-mexe, e chove não molha, jogar conversa fora da bacia, a população é quem paga o pato. Uma sentença da Justiça determinou a execução dos serviços em 2012. A Prefeitura de São Luís recorreu, e em 2015 a decisão foi mantida. No ano de 2017, a Prefeitura entregou um cronograma de obras que ocorreria em 27 feiras e mercados. Não se sabe por que cargas d´água o prazo está estipulado deste ano até 2028!
Da última vez que deu o ar da sua graça, por meio de nota, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não explicou o motivo do atraso para o início da obra. Informou que o projeto para a reforma estava em fase final de elaboração, porém que, como era de grande complexidade, não foi possível dar um prazo para que a obra comece. Não está mais parecendo incompetência, má vontade ou escondendo o jogo? Também, há algum tempo, a Secretaria Municipal da Agricultura, Pesca e Abastecimento afirmou que realiza manutenção periódica no mercado, assim como dedetização e controle de pragas.
Quando chega o inverno é um tormento para os transeuntes, os arredores do Mercado Central ficam intransitável e o acumulo de sujeiras acabam proliferando transmissores de doenças o que em um período de pandemias e síndromes gripais se tornam mais preocupantes.


É comum vermos em outras cidades mercados que são modelos de visitações e acabam se tornando pontos marcantes pela busca de espaços que valorizam produtos das determinadas regiões do Brasil. Temos como exemplos: Mercado Municipal de São Paulo, Mercado Central de Belo Horizonte, Mercado Municipal do Rio de Janeiro, Mercado Modelo de Salvador, Mercado Central de Fortaleza, Mercado Municipal Adolpho Lisboa (Manaus), Mercado Ver-o-Peso (Belém), e tantos outros espalhados pelo país, mesclando açougues, peixarias, hortifrútis, artesanato, gastronomia, utensílios, assim como produtos diversos da agricultura e economia criativa.
A população espera realmente que os diálogos sobre as obras do Mercado Central, acerca desse patrimônio do povo de São Luís sejam expostas claramente, objetivando mais rapidez nas diretrizes que estão sendo tomadas para essa resolução definitiva. Chega de se protelar tanto as questões socioculturais e históricas da cidade.

