Era o São João de 1997, em São Luís, quando o cantador Adelino, então, no Boi da Madre de Deus, apareceu em terreiros e arraiais com uma toada celebrada dentre as mais bonitas e empolgantes do nosso cancioneiro joanino: “A festa mais bonita começou de novo / com minhas toadas, eu alegro o meu povo! / Estou reunindo pra contrário saber / que a minha Madre Deus é mais forte / e eu vou guarnecer”!
A festa do folclore maranhense entra na sua verdadeira essência cultural e rítmica com os dez dias que culminam nas comemorações de São João, São Pedro e São Marçal.
O dia de São João esse ano acontece, na próxima terça-feira, data em que se comemora na igreja católica, o santo milagroso nascido de uma senhora idosa e estéril, mas que com todas as bençãos do senhor deu à luz ao São João Batista que veio ao mundo como um profeta itinerante, anunciando a direção a Jesus Cristo, creditando ao batismo a remissão dos pecados daqueles que se desviavam dos caminhos do amor e da fé em Deus.
A noite de São João no folclore brasileiro nos proporciona uma alegria das festas caipiras e da fatura das comidas vindas da agricultura do milho presente na maior parte das guloseimas do período, uma festa que agrega danças e tradições seculares.
No Maranhão, a festa ganha ainda mais colorido e ritmos pulsantes das tradições folclóricas e culturais que aquecem os arraiais, principalmente nessa noite de magia caracterizada pelas fogueiras, fogos de artifícios, decorações do período e o mais mágico, os céus estrelados que fazem parte da data festiva.
Um São João que já ecoou pelas mais diversas regiões do Brasil e do mundo, entoada e eternizada na voz do cantador Humberto de Maracanã, “Maranhão meu tesouro, meu torrão / fiz essa toada pra ti Maranhão”, numa referência aos atrativos e riquezas históricas e culturais do Maranhão.
Uma festa de proporções gigantescas que no dia 29 e 30 de junho chega aos seus dois melhores dias com as homenagens a São Pedro (29), onde acontece o encontro da Capela de São Pedro e sua procissão marítima, tradição na capital e em cidades do litoral maranhense. E no bairro do João Paulo, no dia 30, quando do encerramento verdadeiramente do calendário junino, o clima efervescente real do São João, quando acontece a maior procissão rítmica popular puxada pelos cordões dos sotaques da Ilha, as agremiações de matracas, pandeirões e tambores-onças.
Um festejo que a partir dessa semana recebe turistas vindos de todas as partes do mundo para ver de pertos os dois maiores cortejos populares do planeta. Sejam bem-vindos ao Maranhão!
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Há também uma de Mané Onça belíssima: “Chegou o tempo garota, corre pra perto vem ver, tu levou um ano me telefonando, querendo saber se eu voltava pra guarnicê”
São dezenas de toadas que nos remetem as riquezas culturais e históricas da Ilha, São Luís
Obrigado pela lembrança de mais essa relíquia.