

O cantor e compositor Wellington Reis ganhou, no seu velório ocorrido na tarde de terça-feira, na PAX da Rua Grande, uma homenagem alterosa prestada por seus amigos e admiradores, dentre músicos, como sambistas, atores, teatrólogos, e coralistas e servidores da Secretaria Estadual da Cultura (Secma), onde trabalhou por muitos anos. Ele foi vítima, aos 74 anos, de falência múltipla dos órgãos, na manhã de terça-feira, no Centro Médico, no Monte Castelo, onde chegou a ser entubado, e às 16 horas, com grande acompanhamento de carros, seu féretro seguiu para o Cemitério de Paço do Lumiar, onde seu corpo seria cremado.
Participaram do velório, muito concorrido, dentre outros: os compositores José Pereira Godão e Luiz Bulcão (Turma do Quinto, Bicho-Terra, Boi Barrica e Natalina da Paixão); e Luís Fernando Prego (Turma do Saco); cantor Gabriel Melônio (Turma do Quinto); Gílson César (mímico); Laura Amélia Damous (poetisa, da Academia Maranhense de Letras) e Chico Saldanha (cantor e compositor); Herbert de Jesus Santos (jornalista, poeta, prosador e compositor); Luiz Queiroz (presidente do Boi da Madre de Deus) e Jorge Luís Coutinho(professor e diretor do Boi da Madre de Deus); Fernando Mouchereck (regente do Coral São João); Elói Trindade (percussionista da Escola de Samba Turma do Quinto e do URTA/Unidos do Regional Tocado Álcool, criado por Wellington Reis); e Antônio Carlos Moraes de Almeida (Pele), comerciante e brincante e dirigente do URTA; Arlindo Carvalho (músico e crítico); Cordeiro Filho (desenhista industrial e chargista); Luís Carlos Guerreiro (cantor e compositor); Brasa Santana (carnavalesco do Bloco Reis da Liberdade); Simão Cireneu Ramos (poliglota e guia de Turismo); Sebastião Cardoso (carnavalesco). Dentre seus familiares, os irmãos Jorge Luís Reis (músico e servidor público estadual), e os populares Netinho e Paru.


Depoimento de Josias Sobrinho (cantor e compositor): “Wellington Reis levou para a música que criou sua irreverência peculiar, às vezes, crítica moleque, outras ácidas, mas sempre certeiras e de uma inquebrantável convicção prática. Defensor dos Valores da Cultura Popular Maranhense, deixa um legado importante como compositor, cantor, poeta e gestor cultural. Barba, o Rasputin madredivino, deixa enorme saudade a todos que tiveram a honra de seu convívio!”.


Caoca Cruz (designer e poeta): “Os tambores do URTA (Unidos do Regional Tocado a Álcool) hoje amanheceram troando, lamentando a ida do grande maestro. A Capela de São Pedro está irradiando uma atmosfera de tristeza, mas nada enlutece quem viveu na alegria. Wellington fez a viagem montado num jegue. São Pedro já o está esperando com as chaves nas mãos: ´Bem-vindo, Barba… obrigado pelas orações em forma de canções, entra aí´! Seu cortejo foi feito por um monte de ´vagabundos´, ´cuidadoras´, cachaceiros do Bar do Zé… uma porrada de gente da Cultura, que só valorizam os artistas depois que morrem. Após recepcioná-lo, São Pedro o mandou sentar numa mesa onde estavam Patativa, Paulinho Feras, Claudinho Pinheiro. Da Madre Deus, um canto ecoou límpido… Inácio Pinheiro, Arthur e Sebastião Cardoso cantaram tão lindamente que tal qual fosse Natal, despertou uma imensa paixão!”


Inácio Pinheiro (cantor do Bicho-Terra, Boi Barrica, Natalina da Paixão e Samba da Tamarineira: “Trabalho muito importante, como produção musical, que Wellington Reis concedeu para a Cultura Popular Maranhense, foi, sem dúvida, o popularizado CD Canções Para São Pedro, onde há faixas com uma reza ou ladainha de Cesar Teixeira, além da Festa da Rampa Velha, na Aurora da Vida, ou simplesmente A Festa de São Pedro, na Madre de Deus, que eu participei na gravação, composição de Herbert de Jesus Santos, José Pereira Godão e Luiz Bulcão, com que a Turma do Quinto concorreu, na Passarela do Samba no Anel Viário, no carnaval de 1994!”
Texto: Herbert de Jesus Santos












































































