Neste fim de semana, tanto no sábado (11) quanto no domingo (12), o Teatro Arthur Azevedo será o palco de uma das peças mais prestigiadas mundo afora, trata-se de Chicago- o musical, que nos dois dias será encenado nas sessões das 17h e das 20h pela turma de teatro musical do Ateliê Academia de Artes. A apresentação será a conclusão da turma de 2020.
Cartaz da peça junto com o elenco, data e lugar das apresentações. – Imagem: Louise Mendes
A história se passa nos anos 20, na cidade que leva o nome do espetáculo e gira em torno de duas mulheres que vão parar atrás na mesma prisão: a dançarina Velma Kelly e a cantora Roxie Hart, a primeira mata o marido e a irmã, enquanto a segunda tira a vida do próprio amante durante uma briga. Após saber dos ocorridos, o advogado Billy Flynn leva os assuntos para os jornais da cidade, iniciando uma disputa por sucesso entre a dupla.
“A Velma é uma pessoa que possui uma personalidade muito forte e sensual, ao mesmo tempo em que ela também possui outras camadas de sensibilidade, acredito que ela é uma personagem que explora múltiplas faces de mim, que sou a atriz com o dever de interpretá-la, até porque tudo isso contribui para que seja uma personagem que possui muitas camadas emocionais ao longo do espetáculo” fala Andressa Brandão, interprete de Velam Kelly na encenação maranhense.
“A Roxie possui uma trajetória incrível ao longo do espetáculo, quem for para o teatro conseguirá perceber, é uma mulher muito ambiciosa, corajosa e sabe onde quer chegar, as vezes arquiteta algumas situações, mas também é manipulada pelo sistema. É engraçada, cruel e ingênua na mesma medida”, argumenta Maria Fernanda, atriz que no TAA dará a vida à Roxie Hart.
O musical, que será apresentado pela primeira vez no Maranhão, é inspirado na produção de John Kander, Fred Ebb e Bob Fosse, assistida nos palcos da Broadway, em Nova York, em 1975. A encenação da década de 70 foi baseada na peça escrita pela jornalista Maurine Dallas Watkins, responsável por ter acompanhado, na mesma década em que a história se passa, o julgamento de duas mulheres que assassinaram seus amantes.
A peça voltou a ser encenada em 1996 na própria Broadway, onde se tornou um dos espetáculos mais longevos, visto que completou 25 anos seguidos em cartaz no ano de 2021.
Nestor Fonseca, diretor do espetáculo – Foto: Louise Mendes
Aqui em São Luís, a estréia estava marcada para o final do ano passado, mas foi adiada devido à pandemia do coronavírus, que contribuiu para que o elenco fosse dividido em pequenos núcleos durante o período da montagem, é o que conta o diretor Nestor Fonseca, que em entrevista a nossa reportagem, também explicou o processo de produção.
“Artisticamente falando, nosso processo foi construído de forma bem original, fiz questão de abordar e trazer novos olhares sobre as cenas, os personagens e suas relações, mas sem perder a essência da história clássica. As cenas vão ter mais pessoas envolvidas e contarão com uma dinamicidade maior, inclusive nas trocas de palco, tudo para ser uma montagem original”, falou o diretor.
Para a coreógrafa Rebeca Carneiro, diversos fatores tornam o musical impactante, entre eles estão os conteúdos abordados, como os bastidores do showbizz e o nível de ciúme e ambição das pessoas. Outro detalhe é que, ainda de acordo com a profissional de dança, o espetáculo foca muito no material humano, fugindo de estereótipos comuns e não utilizando o típico esquema mocinhos e vilões, além da força feminina, que é bem presente no espetáculo.
Rebeca Carneiro, coreógrafa do espetáculo – Foto: Louise Mendes
A responsável pela Coreografia também abordou as principais dificuldades durante o processo de criação da coreografia.
“Depois que o processo foi iniciado, suspendemos nossas atividades e passamos a trabalhar a construção do corpo de forma remota, algo que foi extremamente difícil e a criação da coreografia se tornou inviável até estarmos em um mesmo espaço. Nossa vantagem esteve n fato de que possuímos um lugar extremamente seguro, o que garantiu a reconexão dos corpos e da história que contaremos”, afirmou Rebeca Carneiro.
Além de Nestor Fonseca e Rebeca Carneiro, o espetáculo, que levará uma música inédita exclusiva da montagem, também irá contar com preparação e arranjos vocais de Samuel Rebouças, a preparação de elenco liderada por Leonardo Fernandes e um total de 18 atores e atrizes. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site ou aplicativo do Sympla.
Vale ressaltar que a lotação do teatro foi reduzida devido as restrições sanitárias, que visam combater a Covid-19.
Texto: Ítalo Cavalcanti