Causou-me espécie gravidade da reação alérgica causada por alguns pacientes nos quais se aplicaram a vacina Pfizer em Londres.
Não da reação alérgica em si, é natural uma reação local, ou mesmo uma reação sistêmica, com pruridos, exantemas, espirros, e outros sintomas de uma alergia leve e até moderada.
O problema é que a reação produzida à vacina, no caso, foi ao extremo das reações alérgicas, justamente aquela que mata: o choque anafilático e suas consequências: paciente sem pressão, insuficiência respiratória e parada cardíaca, se não forem medicados a tempo. Este tipo choque, é a maior causa de óbitos nas cirurgias durante a indução anestésica.
Eu já havia ficado cabreiro quando li que esta vacina, não utiliza o método tradicional das vacinas nos quais a capacidade de produzir doença do vírus é enfraquecida, ou o vírus é inativados(fica incapaz de se reproduzir), e depois injetados no organismo para que produza defesas contra um inimigo que ele não distingue se está morto ou vivo.
Também pode-se utilizar apenas fragmentos característicos de um vírus( vacinas de sub-unidades). Para o organismo tanto faz.
A Pfizer fez uma vacina chamada gênica que não utiliza nem o vírus atenuado, nem parte dele para provocar reação imunológica. Os seus pesquisadores, valendo-se da engenharia genética, fabricaram artificialmente em laboratório uma proteína encontrada no vírus.
Esta proteína foi encontrada após a decodificação do código genético do vírus e identificada como a única responsável pela reação imunológica (produção de anti-corpos) no organismo dos que desenvolveram imunidade à doença.
Ou seja, as outras vacinas usam o vírus enfraquecido ou inativado para que o organismo arme suas defesas contra o vírus em plena capacidade de produzir a doença.
A Pfizer vasculhou o código genético do COVID-19 e diz ter identificado justamente a parte do código que é responsável por desencadear de reações de defesa e fabricou em laboratório esta proteína.
Bom, no meu ponto de vista, uma coisa é usar o vírus (inteiro ou em frações) causador da doença como “isca” para confundir o organismo e conseguir a imunidade. Outra coisa é fabricar uma proteína artificialmente contra a qual suponho, medicamento nenhum não vai atuar, em caso de eventuais doenças causadas por este componente que não é natural.
O primeiro sinal dessa possibilidade já veio. Uma reação alérgica no extremo de sua apresentação e que exige providências urgentes e drásticas, pois o limite entre a vida e a morte é questão de minutos.
E por que a segurança e a eficácia da vacina em crianças e adolescentes menores de 16 anos não foi estabelecida, havendo restrições à imunização destes grupos?
Chico Viana – Jornalista e Médico