Quem gosta de viajar sabe que uma viagem nunca acaba. Começa com os preparativos: escolha do destino, preços das passagens, diárias dos hotéis ou Airbnb, transferes, passeios. Tudo feito, é só embarcar para o destino escolhido e viver momentos inesquecíveis. Quando voltar para casa, a viagem continua, agora em memórias, lembranças e histórias para contar. Após uma viagem viramos contadores de histórias.
No final de maio, calendário na mão, marquei minhas férias para novembro. Comecei a montar uma viagem para a África, onde pretendia visitar doze países. Partiria da Europa, pois já tinha comprado as passagens de ida e volta para o Velho continente com antecedência de um ano. A viagem começaria em São Luís, onde moro, c om conexões em Fortaleza e Lisboa, terminando em Amsterdam.
Pesquisei os países que gostaria de conhecer, vez que conheço quinze países africanos. Vi que muitos desses países precisavam de visto de entrada e/ou cartão de vacinação. A cada obstáculo, ficava desanimado. Com o mapa mundi em mãos, resolvi refazer o destino e optei por conhecer outros lugares. E, assim continuar pontuando, ou seja, adicionando novos países aos 151 que já conheço.
Nos últimos dois anos tenho viajado para lugares que já conheço, que não entram na contagem. Não tenho problema em revisitar lugares; tenho uma máxima: “Coube no bolso, vamos”.
Passei por Fortaleza e Lisboa e desembarquei na Holanda. Estou em Leusden, pacata cidade, a 80 Km da capital, Amsterdam.
Agora, de fato, começa a viagem, rumo ao desconhecido. Que venham as surpresas. Neste domingo embarco para Reykjavik, capital da Islândia, único país da Europa que não conheço. De Reykjavik sigo para Varsóvia, Polônia. De lá, embarco para lugares exóticos: Baku, capital do Azerbaijão; Dushanbe, capital do Tajiquistão; Taskent, capital do Uzbequistão; Bishkek, capital do Quirquistão; Almaty, capital do Cazaquistão; Ulaanbaatur, capital da Mongólia; Riad, capital da Arábia Saudita; Pequim, capital da China; Istambul, maior cidade da Turquia; e retorno para Amsterdam, via Frankfurt, Alemanha.
O grande desafio é mudar de país, em média, a cada dois dias, pois tenho apenas um mês para fazer todo esse roteiro. Vale a pena fazer uma viagem tão corrida? Muitos me perguntam. Digo sempre que sou viajante e não turista. Enquanto o turista espera pelas férias anuais para viajar; o viajante vive de olho no calendário para aproveitar qualquer oportunidade para cair no mundo. Coisa escassa é tempo. Se for esperar por tempo suficiente para fazer longas viagens, não teria chegado a 151 países.
Nesta viagem vou pegar temperaturas muito baixas para um nordestino, como eu, acostumado o ano todo a 30 graus. Em Reykjavik a previsão é temperatura abaixo de zero. Mas nada se compara a temperatura de Ulaanbaatur, Mongólia, terra de Gengis Khan. A previsão para os dias que por lá estarei são vinte graus negativos. Frio de doer os ossos, e deixar pinguim de cobertor. Mas quem quer conforto, não cruza a soleira de casa. Não é o meu caso, pois tenho meta a cumprir: conhecer todos os 194 países do mundo, segundo a classificação da ONU.
Uma coisa é certa, na volta desta caminhada, terei muitas novas e boas histórias para contar, dando continuidade a viagem que nunca acaba; agora na forma de memórias e lembranças.
Avante, vamos em frente.
Luiz Thadeu Nunes e Silva – Engenheiro Agrônomo, escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas” – Instagram: @luiz.thadeu / Facebook: Luiz Thadeu Silva / E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br.











































































