Já podemos ver quanto ficará alteroso o que sempre foi majestoso chamado Palacete da Rua Formosa, que, vindo do séc. 19, sobre ele também foram construídas muitas belas histórias para contar. Em release, nas redes sociais, reza que o restauro do Palacete da Rua Formosa (na oficial Rua Afonso Pena) e a consequente implantação do Museu do Azulejo são projetos culturais paralelos realizados pela Prefeitura Municipal de São Luís, por intermédio da Fundação Municipal do Patrimônio Histórico (Fumph), “que visam à criação de um novo equipamento cultural na Cidade de São Luís (MA)”. De acordo ainda com a comunicação abrangente, “Ambos são geridos pelo Instituto Pedra, viabilizados pela Lei de Incentivo à Cultura e patrocinados pelo Instituto Cultural Vale, sendo que o projeto do Palacete conta também com apoio do BNDES e parceria com o Iphan.”


A história formosa do palacete – Construído, presumivelmente, entre 1820/29, o Palacete da Rua Formosa é um importante exemplar da arquitetura luso-brasileira. Diz-se que a edificação mantém, parcialmente, preservado seu sistema construtivo original, com as mesmas técnicas do período pombalino, adotadas em Portugal após o terremoto que abalou Lisboa, em 1775.
A serventia através dos tempos – Consta que, na extensão do tempo, o imóvel serviu de residência, comércio, colégio, hotel, companhia de gás, escritório de advocacia, clube de lazer, Tribunal de Justiça, tabelionato e sede de jornal. Em 1992, o imóvel histórico foi transferido à Prefeitura Municipal de São Luís.
Patrimônio Mundial – Projeto cultural de grande dimensão, contempla a restauração da arquitetura do Palacete, integrando um movimento de recuperação do Centro Histórico de São Luís, Patrimônio Mundial reconhecido pela UNESCO em 1997. O restauro busca a manter ao máximo os elementos originais da edificação.
Funções diversificadas – O palacete terá diversificadas funções, após a conclusão das obras civis: o pavimento térreo contará com receptivo turístico, exposição permanente e espaço multiuso para a realização de atividades culturais com programação gratuita. Os demais andares abrigarão as instalações do Museu do Azulejo. Também será reaberto o mirante com vista para o Centro Histórico. Estão previstos, igualmente, quanto parte das entregas do projeto o desenvolvimento de um plano de capacitação para guias de Turismo, a realização de visitas ciceroneadas, graciosamente, para todos os públicos ao término das obras e a preparação de uma programação cultural.


Museu da Cidade dos Azulejos – O Museu do Azulejo será o primeiro equipamento de São Luís dedicado a abordar a temática dos azulejos, contemplando seu surgimento na Antiguidade, sua evolução técnica, estética e de usos no decorrer da sua história. A Capital maranhense, conhecida qual A Cidade dos Azulejos, é a primeira do mundo lusitano a usar azulejos para revestir fachadas inteiras de edificações, influenciando outros projetos no Brasil e em Portugal.
O Imparcial e outras pérolas da comunicação – Certamente, meios de comunicação como a Rádio Gurupi, jornal O Imparcial e outros apêndices de Os Diários Associados ainda serão inseridos no contexto de pertencentes à história do Palacete da Rua Formosa. Poderiam vir num memorial com nomes dos seus repórteres, fotojornalistas, redatores, editores, locutores, etc.
Jornalista Ribamar Bogéa, o gigante Zé Pequeno – O Imparcial, inclusive, foi palco de um episódio que definiria o perfil de um dos nossos maiores jornalistas, em qualquer tempo: José Ribamar Bogéa. Aconteceu que num jogo entre o Moto Club de São Luís e o Fluminense do Rio, no Estádio Santa Isabel, o juiz fez tudo para prejudicar a equipe da terra, anulando gols, de modo que o Tricolor das Laranjeiras saiu vencedor do prélio. Repórter que cobria as partidas futebolísticas aos domingos, ficou indignado e, quando redigiu a matéria, em O Imparcial, “entrou de sola” (termo que gostava de utilizar) no árbitro, no que foi repreendido pelo diretor-geral do matutino, asperamente, com que “quando tivesse o próprio jornal” criticaria daquela forma o árbitro. Foi o bastante para ele, não sem muitos esforços, criar um semanário (O Esporte), embrião do que seria o Jornal Pequeno, fundado em 29.5.1951, no ano da efervescência da Greve famosa. Foi ambientalista, ao lado de outro titã maranhense, o poeta Nascimento Morais Filho, no Comitê de Defesa da Ilha, combatendo o bom combate por São Luís; deixou paródias celebrizadas, já com o apelido (grandioso) de Zé Pequeno, e textos maravilhosos que dariam um livro importante (da sua lida em O Imparcial). Sou do ramo (jornalista e escritor), portanto, falo de cadeira! Fazendo pesquisa na Biblioteca Pública Benedito Leite sobre a Festa de São Pedro, que tem, entre seus criadores, Felipe Nery dos Santos (Felipão, pescador, Meu Pai) e Marcelina Cirila dos Santos (D. Marcela, Minha Avó), no Bairro Madre de Deus, tive a oportunidade de ler uma série intitulada Escritos de Ribamar Bogéa, e fiquei admirado com o lido da pena competente e emocionada do legendário colega de profissão!
Texto: Herbert de Jesus Santos














































































