

O Dia Nacional do Patrimônio Histórico é celebrado em 17 de agosto, data que homenageia o nascimento de Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898–1969), primeiro diretor do então SPHAN (Superintendência do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), atual IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e figura decisiva na proteção dos bens culturais no Brasil. A data foi instituída como forma de sensibilizar a população para a preservação de lugares, tradições e objetos que guardam a memória e a identidade do país.
O patrimônio histórico é o conjunto de bens materiais e imateriais que possuem valor cultural, artístico, arquitetônico, arqueológico ou histórico, representando a herança deixada por gerações passadas. Pode ser dividido em modalidades como patrimônio material (edifícios, monumentos, obras de arte, sítios arqueológicos), patrimônio imaterial (festas populares, saberes, ofícios, músicas, danças) e patrimônio natural (paisagens e formações geográficas de relevância cultural).
A importância da preservação do patrimônio histórico vai muito além da estética: ele mantém viva a memória coletiva, fortalece a identidade cultural e contribui para a educação, o turismo e o desenvolvimento econômico sustentável. Perder um bem patrimonial é perder parte da história de um povo.
Nesse cenário, São Luís do Maranhão se destaca como um exemplo emblemático, tanto por seu formidável acervo material quanto imaterial. Colonizada por portugueses nos primeiros decênios do século XVII, a cidade preserva um dos mais notáveis conjuntos arquitetônicos coloniais do Brasil, com traçado urbano original de influência luso-espanhola, casarões e sobrados recobertos por azulejos portugueses, ruas de pedra e praças históricas.
Em 1997, o Centro Histórico de São Luís foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, título que reforça a relevância mundial de sua paisagem urbana e cultural. Além da arquitetura, a capital maranhense mantém tradições como o Bumba Meu Boi – reconhecido em 2019 pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade –, o Tambor de Crioula (Patrimônio Cultural Imaterial Nacional) e ricas expressões literárias, compondo um mosaico de identidade que merece ser protegido e celebrado.
Preservar o patrimônio histórico é um ato de cidadania e respeito às raízes culturais. No Dia Nacional do Patrimônio Histórico, renovar esse compromisso significa garantir que cidades como São Luís continuem a inspirar, ensinar e encantar as gerações futuras.
Por EUGES LIMA – Historiador, professor, palestrante e membro efetivo do IHGM / @eugeslima
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