Durante décadas, a Ponta do Arpoador não era mais que um nome perdido na paisagem costeira do Rio de Janeiro, sem maior significado para seus muitos frequentadores. A origem de sua denominação, vinculada à importância que a caça de baleias teve para a nascente capital em séculos passados, começa a ter seu significado histórico resgatado à medida em que, a cada inverno e primavera, as baleias-jubarte, hoje em franca recuperação dos aos de caça predatória, voltam a fazer parte integral da paisagem costeira e marinha do Rio de Janeiro. A espécie, que se tornou famosa pelos cantos melodiosos que produz e que pode ter cada indivíduo identificado pelos padrões de coloração da cauda, vem encantando a todos nas últimas semanas com suas aparições em frente às praias.
O Projeto Baleia Jubarte, patrocinado pela Petrobras, que desde 1988 estuda a espécie no Brasil e trabalha pela sua proteção, vem acompanhando de perto essa recuperação das “jubartes cariocas”, e realizando uma série de atividades voltadas a reforçar sua proteção e chamar a atenção para o seu enorme potencial como mais um produto ecoturístico do Rio. Está em curso mais uma Expedição Sudeste do Projeto, apoiada pelo Aquário Marinho do Rio de Janeiro – AquaRio e que visa reunir dados científicos sobre as baleias que frequentam o mar da região, já com resultados fantásticos, com centenas de avistagens realizadas pelos pesquisadores. E a partir do dia 6 de julho, os visitantes do mundialmente famoso Parque Bondinho Pão de Açúcar® poderão visitar a exposição fotográfica Baleias Cariocas, que traz imagens inéditas e belíssimas das jubartes no Rio de Janeiro, além de uma réplica da cauda de uma das primeiras jubartes avistadas na região, carinhosamente batizada de “Almirante Ibsen” em homenagem ao Vice-Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, carioca e pioneiro da defesa das baleias no Brasil.
Com apoio do Parque Bondinho também está sendo instalado no Mirante do Gigante, no Pão de Açúcar, o primeiro observatório de baleias do Rio, com placas interpretativas em português e inglês contando aos visitantes aspectos da vida das baleias-jubarte, e que terá a presença de monitores do Projeto ajudando os turistas a procurar as jubartes no mar do entorno. O observatório estará à disposição dos visitantes até o dia 10/08, e contará com a presença de monitores segundas, quartas e sextas, das 9h às 12h.
Segundo o Diretor de Comunicação do Projeto Baleia Jubarte, o também carioca Enrico Marcovaldi: “para nós tem sido uma grande satisfação poder acompanhar a recuperação vertiginosa das jubartes no Sudeste e, graças ao apoio de nossos parceiros locais, trazer toda a beleza e importância delas ao conhecimento da população e visitantes do Rio. É mais um espetáculo natural que a Cidade Maravilhosa tem a oferecer, e que precisamos valorizar e proteger”. Marcovaldi também ressaltou que já há operadoras no Rio oferecendo os passeios de observação embarcados, cuja lista pode ser consultada no site do Projeto.
“Todos do Parque Bondinho ficam muito feliz em apoiar projetos que estão voltados para a conservação do meio ambiente. Afinal, estamos localizados em uma Unidade de Conservação da Natureza e cumprimos um grande compromisso com ações sustentáveis. Um exemplo disso é a adoção e o desenvolvimento de um importante trabalho de conservação da pista Claudio Coutinho e da Trilha do Morro da Urca. Também é realizado um trabalho de recuperação da biodiversidade, em uma área total de 40 mil m² de áreas verdes no Monumento Natural dos morros do Pão de Açúcar e Morro da Urca, além de muitas outras iniciativas em prol da sustentabilidade”, comenta Gustavo Maciel, Gerente Geral do Parque Bondinho.
Texto: Nhatália Aguiar Serpa