A cronologia do 7 de setembro de 1822, é o marco histórico que utilizamos para a consolidação da independência nacional.
É comum que nós, professores de história, destaquemos implicações da independência política do Brasil, tais como ruptura do pacto colonial metropolitano, dependência econômica do capitalismo industrial britânico, a manutenção e até mesmo intensificação da estrutura escravagista do país.
Isto não significa que essas implicações do setembro de 1822 não sejam relevantes. São importantes para observar as articulações das elites aristocráticas e escravistas brasileira e do príncipe regente D. Pedro em torno da independência e a permanência e intensificação da escravidão como um dos grandes efeitos desse ato político.
Acreditamos ser necessário resgatar memórias do envolvimento mais popular e mais sangrento da nossa independência política, especialmente nas lutas pelo reconhecimento da emancipação política nas províncias da Bahia – 2 de julho, Piauí e a Batalha do Jenipapo e Maranhão – 28 de julho.
Refletir o fato histórico da independência brasileira a partir do olhar sobre o envolvimento de homens e mulheres populares que deram a vida pelo novo país em lutas violentas do reconhecimento da soberania é narrar memórias de baianos, piauienses e maranhenses.
Enfim, a independência política do Brasil apesar de consagrar o 7 de setembro de 1822 e o príncipe regente dos Bragança D. Pedro como representação máxima da soberania nacional, nos renegou outras memórias de datas e setores populares da sociedade tão importantes para o nascimento do Estado Brasileiro.


Paulo César Furtado Almeida – Licenciado em História pela UFMA, pós graduação em Teoria e Metodologia da História pela UEMA, mestrando em História da Educação , leciona há mais de 30 anos nas instituições públicas e privadas de educação básica na capital maranhense, já lecionou nos Programas de Capacitação de Professores como PQD da UEMA e vai fazer 20 anos de sala de aula no Colégio Santa Teresa.



