O repórter certo, no lugar certo e na hora certa recebeu, saída do forno, a informação fidedigna: O poeta, professor e ecologista José do Nascimento Morais Filho (Nascimento Morais Filho ou Zé Morais) será o Patrono da 14.ª FeliS (Feira do Livro de São Luís), e foi o que me informou, no meio da tarde de segunda-feira passada, na sede da Secult (Secretaria Municipal da Cultura), na Rua do Ribeirão, o próprio titular do órgão, o músico e publicitário Marcos Duailibe. Fui ao órgão solicitar agenda para tratar com ele da publicação do livro Tudo a ver com o Peixe de São Pedro (A Festa do Pedro Santo, o Padroeiro dos Pescadores, no Bairro da Madre de Deus), apalavrado, em 2018, pelo então deputado federal Eduardo Braide, que ficou conversado, no comitê de campanha, para depois da eleição a prefeito, e para A Ilha em Estado Interessante (de crônicas), primeiro lugar no Concurso Literário Cidade de São Luís, e que o então prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que me perseguiu nos oitos da sua gestão, sustou, em 2015, e não promoveu mais nenhum, com a desculpa esfarrapada de que eu ganhava sempre. Afável e conhecedor do assunto, quando eu conversava com a minha colega, jornalista Aulinda, na chefia de gabinete, considerou minhas informações sobre a Festa de São Pedro, na Madre de Deus, anunciou seu interesse na restauração da Casa de Nagô, que eu, na condição de integrante da Associação dos Amigos da Casa de Nagô, já repassei para o presidente Alex e Airton Ferreira, Beto Lima e Vera, da direção, e soltou a boa-nova, quanto se eu estivesse já esperando, para emocionar-me, visivelmente: “Nascimento Morais Filho será o Patrono da Feira do Livro de São Luís próxima”! Aí, assegurou que as minhas persistências seriam providenciadas, por determinação do prefeito Eduardo Braide, com o final da pandemia e a volta de mais funcionários ao batente. Fechou com ouro, na minha despedida e meu agradecimento pela calorosa recepção, sem perder a polidez e a euforia para movimentar a contento as atividades da Secult: “Estamos vivendo uma nova era!”
Saí da reunião breve e agradável, na Secult, com o poeta, professor e ambientalista Nascimento Morais Filho (Zé Morais) na cabeça, e que Marcos Duailibe estudou no Instituto Zoé Cerveira, fundado pela mestra Nadir Moraes, irmã de Nascimento Morais Filho e de Paulo do Nascimento Moraes, e amicíssimo de Paulo de Tarso Moraes (Pautar), que segue a tradição familiar de grandes professores. Zé Morais saiu dessa grandiosa convivência, finalmente, Patrono de uma FeliS (Feira do Livro de São Luís).
Bom combate desde o começo — Com os poetas Ferreira Gullar, Lago Burnett e Clóvis Ramos, foi um dos fundadores do Centro Cultural Gonçalves Dias, que reuniu parte da classe intelectual jovem de São Luís, na década de 1940. O grêmio manteve durante um período uma página literária no jornal Diário de São Luís, que funcionava na Praça João Lisboa. O encerramento da página foi motivado pela batalha contra o arrendamento do Teatro Artur Azevedo para cinema da empresa Duailibe, considerado um prejuízo para o movimento cultural da cidade. Em 1955, estrearia seus versos condoreiros com Clamor da Hora Presente.
No Comitê de Defesa e no Canto do Protesto — Fundador do Comitê de Defesa da Ilha de São Luís (1980/4), ao lado de outros alterosos, como Raul Ximenez Galvão, Salcher, jornalista José Ribamar Bogéa (fundador do Jornal Pequeno), advogado Josemar Pinheiro, em cujas lutas, no Porto do Itaqui, contou algumas vezes com sua filha, professora Lorelei. Em 1984, criou o Canto do Protesto, na adjacência da Praça Benedito Leite, em que pontificaram, dentre outros, o chargista Ribamar Cordeiro, o médico Luiz Negão e este repórter, no preparo de alguma matéria jornalística.
Ferrenho combatente pelo Greenpeace — Nascimento Morais, ferrenho combatente da instalação da Alumar, no Maranhão, em 4.11.1994, foi condecorado pelo Greenpeace quando da passagem dos ativistas em São Luís. Aos 72 anos de idade, ele recebeu o reconhecimento pela sua luta em defesa da Ilha de São Luís. O barco MV Greenpeace (uma organização não-governamental ambiental com sede em Amsterdã, nos Países Baixos, e com escritórios espalhados em mais de 55 países) atracou no berço 104 do Porto do Itaqui. Seus integrantes foram condecorar o parceiro maranhenses, pela causa universal, em sua residência, no Beco do Couto.
A Voz de Trovão na 47.ª SBPC, na UFMA — Em 1995, durante a 47ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, no Campus do Bacanga – UFMA, em São Luís, Nascimento Morais foi convidado para participar do Encontro dos Povos do Mar, Povos da Floresta e Povos da Beira-Rio, como integrante do Grupo Beco. Era o meio ambiente dele, onde fez-se ouvir sua voz tonitruante. Repórter, ali, estou ouvindo o trovão até hoje.
Filho de peixe é Nascimento Morais Filho — Filho de José do Nascimento Moraes (jornalista, professor, poeta e prosador), que sustentou uma verdadeira guerra, no início do século 20, contra o racismo, e foi vencendo os desafetos até nos concursos para a cátedra do Liceu, e, igualmente, imortal da Academia Maranhense de Letras, Nascimento Morais Filho renunciou à sua cadeira em protesto contra o ingresso do ex-governador (médico) Pedro Neiva de Santana, na Casa de Antônio Lobo, sob a alegação de que ali já entravam com receita de medicamentos. O médico veterinário Renan Nascimento Moraes batalha, assiduamente, para manter incandescente a memória de Nascimento Morais Filho, seu pai, no instituto que leva seu nome.
Texto: Herbert de Jesus Santos
Bom dia Herbert! Obrigada pela publicação em primeira mão desta notícia que nos faz tão feliz! Se depender de mim e da família, meu avô , sua obra e seus feitos não serão esquecidos ! Abraços!
Natércia
Bom dia. Cara Natércia: Para nós que fazemos o JP Turismo, é uma honra participarmos inclusive da 14ª FeliS patroneada pelo nosso grande poeta, professor e ecologista Nascimento Morais Filho.