Quando um suplemento ou um encarte de jornal, aqui, no Maranhão, sobrevive durante alguns anos, já é considerado um milagre, pois, em nosso Estado, editar um Suplemento de qualquer natureza é ato considerado pelas Instituições Culturais ou Governamentais uma obrigação e compromisso tão somente de quem o faz.
O hoje jornalista e publicitário Gutemberg Bogéa, no entanto, por acreditar em si mesmo e não ir na conversa fiada da teoria, pôs em prática um projeto seu de jovem atilado, pois, há 27 anos criava o Suplemento JP Turismo, como um desenho de sua cabeça inspirada. Deu certo. Porque para se fazer acontecer em São Luís é preciso não dar muita trela à tradição herdada. É melhor apostar na tradição herdada, após demorado e laborioso sacrifício. Gutemberg seguia as pegadas do pai, o saudoso jornalista José Ribamar Bogéa que, no longínquo 1957, sozinho, criou o jornal o Esporte, do qual resultou o jornal que ele, iluminado, batizou de Jornal Pequeno, porque sabia o saudoso confrade que chamar a atenção sem eufemismo atrai olhos grandes e colocação de galo preto e cachaça curada nas esquinas.
Gutemberg também ousou, apostou em si mesmo, em sua garra adunca em relação à experiência jornalística e criou, em cada ano, um ângulo diversificado de ver a pulsante cultura maranhense por suas lentes naturais.
Jogando sempre com o seu dom natural para a versatilidade e curiosidade, foi desenvolvendo seus talentos, sempre marcado pelo carisma do crédito de uma jovialidade de espírito que a todos seduz e encanta, logo à primeira vista.
Por caráter e personalidade, amistoso, fraternal, nunca escondeu a sua paixão pelo samba, pelo Carnaval e pelo futebol. Biografia vem de berço. E não é necessariamente nascer em berço de ouro ou de cu pra lua, em São Luís, que resulta em bênção. Aqui, nesta Ilha de muita preguiça, vencem, ao final, os que laboram de sol a sol, conforme diz o Eclesiastes, pois todos sabem que, ao final, Deus, que tarda, mas não falha, nunca ficou ao lado do Diabo.
Gutemberg, no JP Turismo, sempre diversificando, desenvolveu a sua maneira de resgatar, ao seu modo, a cultura maranhense, privilegiando a cultura popular, mormente as manifestações folclóricas genuinamente maranhenses, o turismo, a ecologia, os dramas urbanos de base e infraestrutura.
Ele em si mesmo é um diversificado complexo cultural em que se somam o músico, o compositor, o cantor, o folião e o animador cultural, cujo ponto alto é o seu bloco de samba Bicicleta, com o qual, há anos arrebata centenas e centenas de foliões, cantores, percussionistas, populares, pelos corredores das passarelas e pelas ruas e praças do Centro Histórico da Ilha dos Amores.
E, agora, que o JP Turismo caminha em busca da concretização de sua terceira década de existência, chegado aos 27 anos, precisamos tirar o chapéu para esse paladino da cultura maranhense, o seu editor, Gutemberg Bogéa, mormente por defender as bandeiras da cultura popular, dando ênfase às manifestações folclóricas, bem como por resgatar as nossas belezas naturais de todos os rincões maranhenses, sem esquecer o artesanato e o Patrimônio Histórico desta cidade-ilha tão bela, que é São Luís. E Gutemberg sempre constrói, a cada ano, mais um ângulo, pois, com o professor, escritor, poeta e crítico literário Antonio Aílton, criou o Sacada Cultural.
Parabéns também aos militantes das páginas do JP Turismo que, com Gutemberg, têm ajudado a reconstruir com palavras o retrato cultural do Maranhão, dentre eles, os poetas e jornalista Herbert de jesus Santos, Paulo Melo Souza e os diagramadores Arcenildo e Elton.
Vida longa ao Gutemberg, para que, em seu contínuo aquecimento, alongue a existência do JP Turismo.
Alberico Carneiro