Batida e repetida, nos meios de comunicação mais influentes do País, a medida chamada lockdown é uma expressão em inglês que significa confinamento ou fechamento total, sendo o método mais radical imposto por governos para que as pessoas cumpram o período de distanciamento social. Em outras palavras, consiste em fechar uma região, interditando vias, proibindo deslocamentos e viagens não essenciais. Ou seja, se um governante impõe um lockdown, na prática a circulação fica proibida, a não ser que ela se dê, por exemplo, para compra de alimentos, transportar doentes ou realizar serviços de segurança.
Como em cada cabeça, uma sentença, três defensores públicos do Maranhão acionaram, no dia 1º de fevereiro, a Justiça para obrigar o Governo do Maranhão a adotar o lockdown (confinamento), por causa da pandemia do Novo Coronavírus (a Covid-19). Na petição protocolada na 1ª Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, que a providência seja aplicada para todos os 217 municípios, durante 14 dias, com possibilidade de prorrogação, já com mais abrangência que a concedida, em maio de 2020, para os quatro municípios da Grande Ilha: São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.
Para os defensores públicos, nos meios de comunicação e nas redes sociais, a solicitação foi baseada nos dados epidemiológicos do Maranhão, em mostra realizada entre os dias 18 e 31 de janeiro, liberada pela SES (Secretaria Estadual da Saúde). Ali, realmente, ficou constatado que houve um crescimento na incidência da taxa de ocupação dos leitos de UTI preparados para pacientes com a Covid-19.
Em resposta ao arrazoado, na terça-feira, o governador Flávio Dino, em seu twitter, manifestou-se: “Como já esclarecido, respeitamos a autonomia do sistema de Justiça. Da parte do governo, contudo, não há, neste momento, qualquer estudo ou planejamento de lockdown no Maranhão”. Mais adiante, ele concordou que houve aumento no índice dos casos: “Finalizei agora reunião do Comitê Científico que nos assessora quanto ao Coronavírus. Constatamos o crescimento dos casos e definimos medida relativas à ampliação de leitos e outras providências. Mas, sublinho, não cogitamos de novo lockdown, neste momento”! A par disso, voltou a afirmar que estão suspensas, no Estado, as festas de pré-carnaval e carnaval, como forma de prevenir novos casos da pandemia.
Somos da opinião de que o direito da gente termina, quando começa o dos outros, e no caso que envolve a saúde de pessoas adoecidas, em leitos de clínicas e hospitais, aí e que todo cuidado é pouco.
O carnaval nas cidades maranhenses e na capital São Luís, estaria entrando hoje no final de semana magro da folia, para depois entrar no seu apogeu, e uma reflexão precisa ser feita por todos, assim como para os que aproveitam para usufruir da folia momesca, tudo isso na condução de haver um consenso, em que se contenham os ânimos e excessos, para se evitar essa proliferação.
Enquanto isso, também não podemos de maneira alguma descuidar da primazia que merecem aqueles que estão necessitando de toda uma atenção, e que estão na luta para sobrevivência nos hospitais, em convalescença nos leitos hospitalares. O interesse destes e daqueles que primam pela vida devem vir sempre em primeiro lugar.
No pé em que a situação está, é hora da população maranhense, em sua ala mais jovem, colaborar com o governo e a justiça, evitando as aglomerações, pivô para o surto pandêmico fazer mais vítimas. É importante também mantermos na mente viva a tradição. O carnaval está para meter a cara, e ele acontece todos os anos, mas a vida é uma só, e, quando ela passa, não volta mais!

