Quando soube que eu era da Madre de Deus, estudante do Liceu, na residência dos Meus Padrinhos e Pais de Criação, na Rua do Apicum, Erasmo Dias me considerou neto de Zé Garapé, coma relevância de ser uma personagem de proa da sua alterosa novela Maria Arcângela, eera um dos cultuados no bairro da minha nascença e, emgeração, o terceiro cantador do secular boi de matraca, em que meu bisavô materno, um dos criadores do brinquedo junino, não gelava para desafetos, incluindo, nesse lugar, os tubarões nas pescarias, em alto-mar. Li a obra-prima erasmiana, na Biblioteca Benedito Leite, em 1974, enfeixada no título Contos Maranhenses, pelo descortino da escritora Arlete Nogueira Machado, ali, secretária de Estado da Cultura, fazendo-o patrocinar para que o póstero possuísse a preciosidade. O Gênio dos Apicuns valia a pena mesmo, pelo seu amigo Nathanael Fernandes de Souza(Nathan), que fora o datilógrafo da sua lide ficcionista, nos contos, correndo a lenda, nos Apicuns, em que matava um não mais desejado, com a mesma facilidade com que nascia outro, dito na hora, enquanto metia na pessoa uma generosa dose de cachaça, no sobrado defronte da Quinta do Barão. A mocidade maranhense precisa lê-lo, para melhorar o cabedal!
“Páginas literariamente adultas” — Já revisor literário do Sioge, com um livro de contos, editado pelo presidente Antônio José Muniz (Quase Todos da Pá Virada, de “páginas literariamente adultas”, em consonância com o poeta do primeiro escalão nacional e ensaísta Nauro Machado), com a sabença de História da Literatura (aulas do inesquecível mestre e contista de mão-cheia, Fernando Moreira, da Faculdade de Comunicação da UFMA), rato de biblioteca, em ascensão na Imprensa indígena (de repórter a editor-geral), tirei de letra a constatação de que E.D. iria para a consagração de melhor prosador nativo, se, sem uma bibliografia mais volumosa, ele é conceituado um dos maiores. Era só dar sequência a sua carreira, antológica em Erasmo Dias e Noites —editado por benquerença de Nauro—, alguns dos contos mais bonitos lidos por mim; crônicas, editoriais e artigos magistrais; e um romance inacabado: Gasômetro; e Páginas de Crítica, altos estudos sobre cérebros universais. Seria uma das nossas altezas, para Patrono da14.ªFeliS (Feira do Livro de São Luís), se a Secult honrasse essa frondosa árvore da inteligência brasileira em nosso chão.
Bernardo Almeida o viu o astro mais cintilante — Membro da Academia Maranhense de Letras(AML), biblioteca itinerante, seria um literato portentoso, no País, se houvesse no Sudeste Maravilha(Rio), que nem os seus contemporâneos do Liceu, Josué Montello e Oswaldino Marques, estrelas de primeira grandeza na constelação da Literatura Brasileira.O poeta e prosador Bernardo Almeida (da AML) o viu mais que todos, em seu memorável Éramos Felizes, e não Sabíamos: “Não há dúvida de que Erasmo Dias foi um dos intelectuais mais brilhantes do Maranhão. Se houvesse consagrado ao menos dez por cento do tempo que alguns eruditos metódicos dedicam a ler e escrever, teria nos deixado um patrimônio literário invejável!(…)”
O poeta aqui o reverenciou em Funda de Davi (poema do livro São Luís em PreAmar, 2005): A tinta também é de aço/para enfrentar gulosas espadas/, indicando, quando menos,/a caneta maior, ardorosa,/quebrando o intento das facadas,/que sangram, a toda hora,/as vontades do Povo./Era esta pena poderosa/quanto funda de Davi —o poeta—, aguçada na fronte das indecências,/nunca a falta de sangue e consciência:/Golias tinha que entrar também para a história,/mas Davi não se apequenou em nenhum momento,/e teve mais tempo de ser respeitado/pelo mais isento tempo da memória./O Maranhão teve o seu Davi, e, muitas vezes, seu filho Salomão:/eram Erasmo Dias, por si,/com uma pena e justa na mão./Talvez, por isso, todo império tem medo/de poemas, e discursos, e dedo/de um João Batista, que profetizou Jesus Cristo,/Marco Túlio Cícero, o tribuno romano e esteta,/Pai de “A História é a Mestra da Vida”/ e de “A Irritadiça Raça dos Poetas“/.Um dia, todos os potentados,/armados de bandalheiras até os dentes,/temeram o verbo de Erasmo Dias,/demolidor, platônico e arvorado,/conscientizador e textos irreverentes./Era biblioteca pelos bares/grã-finos e os da Zona do Meretrício, e luzia./Seduzia toda a sua plateia,/quando o Sol, ou a Lua, subia,/ou quando discursava, absoluto, na Assembleia./Mas Erasmo não deixou família/nem votos e dinheiro tão/para ser lembrado em homilia/e ter seu bronze em panteão./Combateu, literalmente, em o bom O Combate,/o jornal vespertino e incendiário,/e foi perseguido, no embate,/jornalista maior e escritor,/e risco de mais culto e doutrinário,/e inimitável, de lambuja, orador./Tanto que o mundo acadêmico/faz de conta que ele não viveu,/porque ele continuaria lenda, e bem capaz de revolução,/e titã maranhense Prometeu ameaçaria o olimpo de um qualquer zeus,/ se fosse lido e comentado,/pela cultura do intelecto necessário, que não é para o bico do reacionário/e do mais capacho comichão./Sem as letras, como as de Erasmo Dias,/damas de honra que, em São Luís, luziam,/ficaram agora para as calendas gregas,/pois, aqui, nos seus jardins floriam./Quem lê o genial Erasmo Dias,/tem de verdade vontade de continuar/e fazer revolução, e crias,/para o povo pobre no apogeu,/e enriquecer a Nação, com o ouro de muita cultura,/como a que, da sua altura, muito nobre, ofereceu.
Pedra filosofal e alquimia mental — Pedra filosofal é um objeto ou substância lendária com poderes incríveis, capaz de transformar qualquer metal em ouro. Um dos desígnios da alquimia era a criação da pedra filosofal. Porque está relacionada com o tema da alteração, usa-se a expressão alquimia mental para indicar um conjunto de métodos de conversão de pensamentos negativos em pensamentos positivos, através da transmutação mental. O redator imbatível e genial ficcionista Erasmo Dias ostenta os requisitos de mais exigência para Patrono da 14.ª FeliS (Feira do Livro de São Luís). O Governador Flávio Dino, poderoso da gestão, quefez acontecer uma edição, quando a prefeitura disse não poder, e o jornalista PH, da comunicação (que presenciou a Era erasmiana prestigiosa), possuem os quês para transfazer o metal da impossibilidade em ouro da honra ao mérito, com Erasmo Dias na cabeça. Na arenosa paisagem ludovicense, pelo sacolejar da carruagem e o ladrar dos cães, só com a minha indicação, apesar de toda minha Flor do Lácio e a precisão de justiça, para as nossas cores, neste ínterim, nada de nos trinques ou “oraite!”
Eu concordo com a nomeação para a homenagem do intelectual Erasmo Dias a 14° FIDELIS. Ele apenas não deixou inúmeras obras editadas em livros. Mas foi um combativo jornalista e político do Maranhão. Deixou um legado e influenciou muitos escritores e poetas do nosso Estado. O que seria do período socrático se não houvesse o filósofo Sócrates. Ele não deixou nada escrito. Mas deixou seguidores por conta dos seus discursos revolucionários. Que servia de parâmetros para o mundo inteiro e até hoje é objeto de estudo na educação universal.
O autor podetia ser maia claro com sua preferência no momento. Vivemos wm duplos comportamentos , considerando a comparação, percecebe-se que Eranianismo era mais CORAJOSO.