O ano de 1980 chegou em São Luís com o surgimento do primeiro movimento ecológico maranhense, o Comitê de Defesa da Ilha. Logo empreendeu uma campanha contra a instalação de uma sucursal da ALCOA (Aluminium Company of American), considerada a transnacional mais poderosa do setor de fabricação de alumina e de alumínio primário. Foi deflagrado pelo poeta, professor e ecologista Nascimento Morais Filho, que, com companheiros de todas as horas, no Canto do Protesto (na Praça Benedito Leite), gritou tão alto, nas páginas do Jornal Pequeno, e aos microfones da Rádio Educadora, até quando deixaram, que foi ouvido pelo Greenpeace (organização não-governamental ambiental fundada no Canadá) e obrigou a Alcoa a incrementar seus dispositivos antipoluentes. Nascimento Morais Filho faleceu em 22.2.2009, em sua cidade natal, notabilizado quanto intelectual corajoso que mobilizou a opinião pública contra a instalação de grandes projetos industriais poluidores da sua Ilha.
Assistimos, agora, entre apreensivos e otimistas, ocorrendo no cenário maranhense, ao Movimento de Defesa da Ilha, que vem construindo ações e engajamentos centrados num referencial ambientalista contra a inserção do aumento da degradação ambiental nesta região. Expressa, assim, grande preocupação com os rumos do dito desenvolvimento urbano-territorial na Ilha de São Luís e com o aumento cada vez maior da poluição atmosférica proveniente das indústrias pesadas, que despejam anualmente mais de 50 mil toneladas de poluentes no ar do Município, o que resulta no aumento das enfermidades e das mortes causadas por doenças respiratórias, dentre outras.
Coerente e comunitário, o Movimento de Defesa da Ilha pratica articulação de diferentes sujeitos, por uma cidade para os cidadãos e cidadãs com saúde e vida digna, ao longo de quase uma década denunciando essa situação de poluição na ilha. Pior: Essa realidade tende a agravar-se com a nova Lei de Zoneamento, que amplia as possibilidades de atrair mais empresas poluidoras para cá, assim como expropriar comunidades tradicionais de seus territórios, impactando na condição de vida dessas populações! Daí procede o convite: “Venha participar do movimento Parem de nos matar! A reunião será no dia 25.4. hoje, às 9 h, no Solar Maria Firmina, situado na Rua Rio Branco, Centro de São Luís. Venha somar nesta luta em defesa da ilha, das nossas vidas!”
Engajado, há muito tempo, neste bom combate (inspirado em que o saudoso fundador do Jornal Pequeno, jornalista Ribamar Bogéa, era do Comitê de Defesa da Ilha, com memoráveis combates contra as feras poluidoras de São Luís, ao lado de Nascimento Morais Filho), o JP Turismo auxilia na convocação de quem vai para uma batalha em prol do bem-estar, com o ar mais saudável, do seu torrão: Vamos todos, os que estiverem com todas as condições, ao chamamento do Movimento de Defesa da Ilha: “Parem de no matar!”