Desde que começou suas atividades, em prol da Cultura Popular Maranhense, o JP Turismo nunca faltou na cobertura das atividades que antecedem a Festa de São Pedro e no seu grandioso dia, acompanhando de perto o fecho de ouro do ciclo junino em São Luís.
Trata-se, realmente, de uma tradição cultural e religiosa das mais preciosas, por seus devotos e por observadores, na ostentação de duas procissões (a terrestre e a marítima), um largo tomado por uma multidão de milhares de participantes e a louvação graciosa de dezenas de conjuntos de bumba-bois, que atravessam e noite e o amanhecer, para cantarem e louvarem para as devidas homenagens a São Pedro.
Em 2020, por causa da pandemia da Covid-19 (Novo Coronavírus), que assola o Maranhão, quanto o Brasil e o Mundo, não teremos a Festa de São Pedro, em sua efervescência. Em 2021, estaremos juntos na capela, orando, e até em pensamento, reverenciando com um Salve São Pedro, o querido Padroeiro dos Pescadores.
O comportamento tradicional se modifica ao longo do tempo, já que se trata de um fenômeno cultural e, como se sabe, toda e qualquer cultura é mutável, sujeita às transformações que o Tempo, esse Senhor implacável, submete ao mundo. Cultura tem origem na palavra latina colere, que significa cultivar. Em termos gerais, a cultura inclui a arte, o conhecimento, as crenças, as leis, a moral, os hábitos, os costumes, as aptidões de determinada civilização.
Nesse contexto, as expressões culturais são as formas específicas de ser de determinado povo, transmitidas de geração a geração. O Brasil, como país continental que é, apresenta uma característica pluricultural, em razão da ação das múltiplas etnias que alicerçaram a formação cultural do brasileiro. Uma das mais significativas expressões culturais do Brasil são os festejos juninos, que nesta semana atingem o ápice nos diversos recantos do Maranhão.
Aos festejos são associadas as manifestações culturais, também chamadas por aqui de brincadeiras, e que possuem, em nosso estado, a marca da diversidade. Dentre todas, destaca-se o Bumba-Meu-Boi, elevado ao patamar de patrimônio cultural imaterial do Brasil, e que possui centenas de grupos espalhados pelo estado. Grande parte desses grupos se utiliza de instrumentos musicais cobertos por couro de boi, tais como os pandeirões e as zabumbas que, para atingirem o ponto de afinação, precisam do fogo para serem percutidos. Dessa forma, a fogueira sempre foi uma companheira inseparável nas apresentações.
Em todo o Brasil, é comum se acender fogueiras no período junino, sobretudo no dia de São João. De acordo com a tradição católica, a fogueira junina tem origem em um acordo feito pelas primas Isabel (mãe de São João Batista) e Maria (mãe de Jesus Cristo). Isabel mandou acender uma fogueira no cume de um monte para avisar Maria que João havia nascido e, portanto, para avisar que precisava de ajuda da prima. Daí se acender fogueiras nesse dia, em homenagem ao santo. Alguns acendem fogueiras desde o dia de Santo Antônio, e também em homenagem a São Pedro.
Ainda hoje se localizam algumas em bairros de São Luís, acesas por alguns devotos que ainda lutam em manter a tradição das fogueiras, que tanto iluminaram as noites inocentes e alegres da nossa infância, no sempre feliz e divertido período junino.